Acompanhando mudanças económicas e sociais do pós-guerra, também as desempoeiradas modas femininas chegaram a São Brás de Alportel, já que a gente endinheirada local, viajando pela capital e pelo estrangeiro, trazia ecos: cabelo à garçonne, chapelinhos cloche, vestidos adornados de missangas e vidrilhos, o grito da moda (le dernier cri) que as senhoras exibiam no dia a dia ou nas missas de domingo e festas. As toilettes mais requintadas e ousadas, estilo flapper, em sedas diversas, decotadas e de costas nuas, eram reservadas para receções e bailes no Casino das Caldas de Monchique ou no Casino da Praia da Rocha, mais soisticado e já então cosmopolita.
Hábeis, modistas e costureiras algarvias copiavam os novos cortes esguios. Assim se divulgaram cinturas descidas e saias mais curtas, deixando pernas livres para o foxtrote, a dança de salão dos anos XX, que contagiou toda a juventude urbana do país.
Devido ao crash americano de 1929, afetando a Finança Europeia, a que Portugal não icou imune, voaram fortunas, e toilettes dos anos loucos enquanto, NOS espreitava o advento do Estado Novo.
Glória Maria Marreiros