Museu Etnográfico do Trajo Algarvio
Rua Dr. José Dias Sancho, nº 61 - 8150 S. Brás de Alportel
Tel. 289842618 - Fax 289841602

Querida Boneca
Exposição



Concepção e Montagem:
Emanuel Sancho
Luisa Cunha
Afonso Cunha
José Cunha Duarte
Filomena Mendonça
Vitor Guerreiro


Apoios:
Ministério da Cultura - Delegação do Algarve
Câmara Municipal de S. Brás de Alportel
Instituto da Juventude - Delegação do Algarve
Governo Civil do Distrito de Faro
Santa casa da Misericórdia de S. Brás de Alportel




A representação do ser humano através de imagens esculpidas ou desenhadas nos mais diversos materiais é uma herança que conservamos desde as civilizações mais antigas. Estas representações permitem estabelecer a relação entre o mundo dos homens e o das divindades. A boneca, uma das formas de representar a figura humana, tem conhecido ao longo da história diferentes utilizações, bem como diferentes formas, tamanhos, materiais e processos de fabrico. Pelo vestuário, pelos acessórios ou pela postura, ela pode reflectir uma determinada realidade histórica, representar uma região ou testemunhar o contacto entre várias culturas, reproduzindo em miniatura os usos e costumes de diferentes povos. Enquanto brinquedo, a boneca é ainda um meio através do qual, num mundo de faz de conta, se aprende a conhecer o próprio corpo, bem como as regras da vida em sociedade.







Pelo menos desde o século XIV existe indústria de bonecas, fabricadas em pasta de papel ou em madeira. No entanto elas eram um objecto de luxo, permitido apenas nas famílas mais ricas. No século XIX, as bonecas mais apreciadas eram as de porcelana chinesa, cera e pasta de papel. É nesta altura que o surgimento de uma nova classe social, a Burguesia, com um forte poder de compra, faz aumentar a produção de bonecas - em França, na Alemanha e depois nos EUA. No Algarve, e principalmente no meio rural, as crianças começavam a trabalhar cedo. O tempo para brincar era pouco, bem como o dinheiro para comprar brinquedos. Daí que até à segunda metade do nosso século as bonecas vindas de outros países só podiam ser encontradas nas casas mais ricas. Nas famílias burguesas, surge o quarto de brincar como um sinal da preocupação com a criança e o seu bem-estar, mas também como mais um modo de esta classe em ascensão demonstrar a sua riqueza.




Continuação