O edifício
Apresentação



O edifício
História


O Algarve conheceu, nos últimos anos do século XIX e primeiros do século XX, um período de expansão económica notável. Neste contexto, S. Brás de Alportel surge-nos com alguma precocidade devido ao aparecimento nesta terra, logo a partir de meados do século, de um grupo de opulentos comerciantes de cortiça.
Assim, na década de 70 e 80 do século XIX, começam a surgir nos arredores da aldeia, algumas edificações que pela sua imponência, contrastam com a rudeza do lugar e com as mãos calosas dos proprietários.

O ambiente de verdadeira euforia, gerado pelos lucros colossais provenientes do comércio da cortiça, trazem a S. Brás de Alportel artistas, arquitectos e mestres de obras que rapidamente transformam a paisagem da aldeia e arredores. Trazem, sobretudo, ideias e modelos urbanos que os novos-ricos rapidamente adoptam.

O traçado arquitectónico e os elementos decorativos usados na sua construção identificam-no claramente com o tardo-romantismo, que foi tanto do gosto da sociedade portuguesa dos finais do século XIX, em áreas tão distintas como a literatura, o trajo, a arte e a arquitectura.

Característica dominante da arquitectura da época, era a inserção de elementos exóticos, provenientes de culturas estranhas ou épocas afastadas. No Algarve, conhece-se um conjunto importante de edifícios públicos e privados, povoados abundantemente de elementos árabes. Estes, mais do que uma moda passageira, parecem vir coroar um período de nostalgia de um passado árabe, só relembrado até aí, nas lendas e contos de crianças.

Assim, o edifício, com as suas portas interiores em forma de ferradura, os tectos de madeira finamente recortados e as gelosias de algumas portas exteriores, parece querer, deste modo, conciliar-se com um passado obscuro e longínquo.



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