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Museu Etnográfico do Trajo Algarvio




Intimidades

No interior do trajo, a mulher esconde rendas e bordados, sonhos e fantasias que maliciosamente mostra nos movimentos mais bruscos de um balso rodado, de um corrido ou a caminho da vila montada no burro. Se no litoral se usam preferencialmente os tecidos de algodão, os folhos e os bordados garridos embora simples mas vistosos, na serra veste-se o linho e a lã nascidos da terra. Os enxovais de casamento das meninas ricas carregam a marca do seu estatuto social: Os tecidos são ricos e importados. As rendas e bordados povoam-nos numa densidade quase excessiva que resultam em peças que balançam entre a pureza quase etérea que transmitem e o pecado sedutor de tudo o que é transparente.


Conjunto Corpete/ Anágua

Conjunto em tecido de algodão onde a abundância de folhos contribui para a valorização física da mulher.

Conjunto Corpete/ Coullotes

Peças de tecido de algodão. Folhos com aplicações de renda mecânica, entremeios e passa-fitas.

Camisa de dormir (Enxoval)

Tecido de algodão fino. Abundância de trabalho manual na confecção: entremeios, nervuras e aplicações abundantes de renda mecânica.




Mulher trabalho

As "Campanhas do Trigo" ocorridas nas primeiras décadas do século XX, vieram intensificar os movimentos migratórios em busca de trabalho. Assim, homens e mulheres da serra do Algarve abalavam em grandes ranchos de assalariados em busca trabalho.
No Algarve, a cozinha é o centro da casa. É frequentemente sala de entrada, sala de estar e sala de jantar de onde derivam os acessos para os quartos de dormir. Este facto é muitas vezes indicador da predominância do poder feminino sob o masculino.


Ceifeiras

Trajo de trabalho. Saias de tecido de algodão riscado e blusas de trabalho em pano crú. Usam avental, chapéus de palha e lenços de cabeça que as protegem do calor.

Doméstica

Trajo de trabalho caseiro. Saia de riscado de algodão. Blusa de algodão ou flanela estampados com pequenos motivos florais. O avental é de algodão. Pode usar lenço de cabeça branco ou de cores claras.




Trajo de sair

No Algarve, a partir do século XX, o trajo domingueiro feminino é profundamente influenciado pela moda europeia da época. Ideias certamente trazidas pela classe de negociantes e alguma nobreza que mantinham frequentes contactos com Lisboa e outras capitais europeias através do intenso movimento marítimo que passava pelos portos da região.

Nos teares da serra, por seu lado, a tecedeira "brincava" com os fios grosseiros da região procurando ingloriamente reproduzir padrões e cores estranhas.


Trajo domingueiro

Fato completo em lã. Blusa de peitilho de renda ou fofos em seda natural. As saias têm singelas barras de seda que mantêm o tom. Encharpes, sombrinhas e bolsinhas de mão complementam o trajo.

Velha

Saia e blusa de algodão em tons escuros. Pelos ombros, usa um xaile de lã. Na cabeça, um lenço de algodão. Como acessórios, usa bengala e um cesto ou alcofa.


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