Apesar de esta exposição ter nascido no Algarve, os biocos, côcas, capelos, mantilhas, capas e capotes, são uma peça ex-libris do trajar português. Fazia todo o sentido agarrá-la, despi-la do seu tradicional preto e revesti-la com novas cores, tecidos, padrões e acessórios, numa espécie de ode (e homenagem cromática) a todas as mulheres que outrora a usaram. O preto foi posto de lado e a cor foi feita rainha.
Mesmo com todos os relatos e apontamentos, o bioco não deixa de suscitar curiosidade, e mesmo perplexidade, sobre a verdadeira razão do seu uso: uma peça do ”trajo feminino falta de graça e de beleza assim como de elegância”.
Verdadeira razão de ser à parte, interessou-nos no bioco, para além do misticismo, a riqueza e forte impacto visual: move-se sem se mover, olha-nos sem olhar, intimida-nos sem sabermos.

A QUESTÃO MANTÊM-SE: Afinal quem estará por detrás daqueles panos?